(Antiga Escola Normal Modelo do Estado de Minas Gerais)
O prédio foi projetado pelo arquiteto da Comissão Construtora da Nova Capital, Edgar Nascentes Coelho, e possui o estilo eclético, predominante na época. A construção foi iniciada em 1897 e a inauguração aconteceu no ano seguinte. O local seria a sede do Ginásio Mineiro, que viria de Ouro Preto, e das Secretarias de Estado, porém, o ginásio foi instalado em um prédio na praça Afonso Arinos e as secretarias foram para a praça da Liberdade.
Estas mudanças foram feitas na transferência da capital para Belo Horizonte em função da necessidade de funcionamento imediato do Tribunal de Relações e do Fórum, que ali funcionaram até 1909, quando foram transferidos para a av. Afonso Pena.
A Escola Normal, criada pelo presidente de Minas Gerais João Pinheiro, em 1906, começou a funcionar em no ano seguinte em um prédio na rua Timbiras, só transferindo-se para a atual sede em 1909.
O antigo prédio possuía dois pavimentos sobre alicerce alto de pedras de mão e tijolos, que constituía um porão utilizável. A fachada frontal compunha-se de um corpo central com arcadas, um frontispício e uma escadaria. O edifício era ladeado por dois corpos simétricos, marcados por uma série de janelas nos dois pavimentos, sendo a parte mais próxima do centro, reentrante.
A partir de 1912, iniciaram-se as primeiras reformas para adaptar o prédio a uma edificação de ensino, atendendo às novas exigências pedagógicas e de higiene, e também o enorme contingente de alunos nos vários cursos criados.
A solução definitiva veio com um novo projeto do arquiteto Carlos Santos, que demoliu parte do projeto original, ampliando as alas laterais da esquerda e direita. Foi construída uma nova ala na fachada posterior, na rua paraíba, e criado um pórtico monumental na entrada, que se alcança através de grandiosa escada de granito em dois lances, com um patamar intermediário em rampa para acesso de carros. O vestíbulo com quatro colunas jônicas de dupla altura dá acesso a um amplo saguão, de onde sai uma bela escadaria “à imperial”, que leva o visitante ao rico salão nobre no segundo pavimento. Em frente a esta escadaria há um belo vitral e, logo atrás, foi construído um auditório para 500 lugares.
Aplicados nas paredes do saguão principal existem dois painéis decorativos em baixo-relevo, esculpidos pela belga Jeanne Louise Milde e instalados em julho de 1930, na reinauguração do prédio. Os painéis representam o ensino das ciências naturais e o ensino artístico. A artista compunha a missão pedagógica europeia que participou da reforma do ensino em Minas Gerais.
Em 1982, o conjunto foi tombado pelo estado e em 1994 pela Secretaria de Cultura de Belo Horizonte.