Localizado no centro de Belo Horizonte, na rua da Bahia nº 1149 esquina com a avenida Augusto de lima, o prédio teve sua construção iniciada em 1911, treze anos após a inauguração da nova capital de Minas Gerais. Abriu as portas para o público em 1914, mas algumas obras continuaram a ser realizadas até 1920.
Belo horizonte era uma cidade moderna, fruto das ideias republicanas. Criada por decreto, a capital tinha o prefeito indicado pelo governo estadual. Em 1899, foi criado o Conselho Deliberativo, composto por cinco membros eleitos, com funções legislativas, visando atender às demandas de políticos, lideranças civis e população em geral. Este conselho funcionou de 1900 até 1914 em uma sala do Senado Mineiro (atual Museu Mineiro) na avenida da Liberdade (atual avenida João pinheiro).
O projeto original é de autoria do arquiteto Francisco Izidro Monteiro. Possui estilo neogótico que é associado à construção religiosa. Este estilo tem origem na França, chegando a ter grande receptividade na Península Ibérica, onde funde-se ao estilo Mourisco e Manuelino de Portugal no século XV. Sua suntuosidade impressionou a cidade que tinha na época trinta mil habitantes. Alguns artistas locais trabalharam no prédio, como o escultor João Morandi e o entalhador Gabriel Galante; os vitrais belgas ficaram a cargo de Jean Maria Joseph Verdussen.
A edificação situa-se em um terreno de esquina, com planta em “V”. Destaca-se no ângulo cortado a entrada principal, a torre onde fica o hall, de onde sai uma escada de madeira que leva ao segundo pavimento; no alto desta torre, na fachada, localiza-se o relógio. Ladeando a torre, encontramos duas fachadas: uma na rua da Bahia e outra na avenida Augusto de lima. Nelas, se destacam as varandas com influências mouriscas e ladeadas por dois torreões menores.
Devido ao estilo e características da construção, muitas vezes o prédio foi confundido pelos transeuntes como sendo uma igreja e também nomeado pelo público como “castelinho”. Em março de 1975, o prédio foi tombado pelo Iepha-MG e pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.
O prédio, que foi construído para sediar o Conselho Deliberativo e a Biblioteca Pública, também abrigou outras repartições ao longo de sua história centenária. A rádio mineira e parte da escola de arquitetura da UFMG, ambos temporariamente, a partir de 1931; a Câmera Municipal de 1947 a 1973; o Museu de Mineralogia prof. Djalma Guimarães de 1975 até 1992; o Museu da Força Expedicionária Brasileira de Belo Horizonte, por um curto período; o Centro de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte (CCBH) a partir de 1997; o Centro de Referência da Moda após 2012 e, desde dezembro de 2016, o Museu da Moda (MUMO).
Em 1920, o prédio tinha tamanho destaque na cidade, pela altura de sua torre e suntuosidade, que suas instalações foram aperfeiçoadas para receber o rei Alberto e a rainha Elizabeth da Bélgica, que visitaram a cidade. Até um elevador elétrico foi comprado, mas não chegou a ser instalado, porque o espaço interno da torre não o comportou. No início dos anos 60, durante uma obra de restauração do prédio, foi encontrada soterrada a gaiola do elevador que hoje está exposta nos jardins do Museu Histórico Abílio Barreto.